HEREDITARIEDADE

Por: Rafael Vitorino De Oliveira


Figura 01 – Duplo Filamento Complementar Dupla Fita de DNA. Fonte: Mundo Educação.

É comum observarmos muitas semelhanças entre os membros de uma família. Essas semelhanças podem ser físicas (estatura, feições, cor da pele, dos olhos, dos cabelos, tendência a magreza ou a obesidade), biológicas (temperamento, vocações artísticas, longevidade) ou patológicas (anomalias, doenças e predisposição as mesmas disfunções orgânicas).

Há trilhões de células num organismo humano adulto, e em cada uma delas, minúsculas estruturas chamadas de cromossomos, que contêm nos seus genes uma programação completa de todas as características hereditárias do individuo. Na formação dos gametas, esses genes se recombinam e segregam-se numa extraordinária análise combinatória. É dessa infinita recombinação gênica que resulta o fato de os indivíduos não serem iguais entre si em suas características físicas, funcionais e comportamentais.

A hereditariedade é o fenômeno que explica as semelhanças observadas entre pais e filhos ou entre indivíduos de uma mesma linhagem, e este é estudado pela genética. Conhecendo a Genética, estaremos aptos a compreender como, de um casal em que ambos os pais tenham olhos castanhos, pode resultar um filho de olhos azuis, ou então, como pais baixinhos podem ter filhos altos. Muitas anomalias e doenças tem caráter hereditário, e este conhecimento de posse da ciência pode ser um caminho para o aperfeiçoamento de tratamentos e cuidados com a procriação das espécies.

A hereditariedade sempre foi de interesse do homem, antes mesmo do surgimento do nome já se estudava como as características eram transmitidas dos pais para os filhos. Muito foi descoberto para que tenhamos as informações atuais, e essa busca por respostas é o combustível da ciência.

Uma das hipóteses mais antigas registradas na história da biologia foi a da pré-formação ou progênese. Ela admitia que, no interior dos gametas, já existisse uma microscópica miniatura de um novo individuo. Essa minúscula criatura recebeu o nome de homúnculo, e com o passar do tempo viria a crescer. Só com o aperfeiçoamento do microscópio é que essa hipótese foi definitivamente afastada.

No século XIX, Charles Darwin (1809-1882), na Inglaterra, levantava uma nova questão:

“Não ocorreria em todos os órgãos do corpo a produção de diminutas cópias deles mesmos – as gêmulas ou pangenes - , as quais seriam levadas pelo sangue até gônodas, onde se reuniram para a formação dos gametas?”

Durante a fecundação, essas gêmulas se organizariam e estruturariam um novo organismo. Essa foi a hipótese da pangênese (do grego pan = ‘todos’ e genesis = ‘origem’), que explicaria a origem de todos os órgãos, suas formas e funções, de acordo com as semelhanças observadas entre pais e filhos.

No fim do século XIX, Francis Galton (Inglaterra, 1822-1911) sugeria que a herança se desse através do sangue. Criou a “Lei da Herança Ancestral”, onde dizia que o sangue de cada individuo seria uma mistura do sangue de seu pai e de sua mãe numa proporção de 50%.

A hipótese da epigênese, lançada por Karl Ernst von Baer (Alemanha, 1792-1876), foi a que mais se aproximou da realidade. Para Von Baer, os gametas não traziam nenhuma estrutura do novo ser. Traziam, sim, a potencialidade para fazer com que uma intensa reprodução celular levasse à formação do embrião, com tal distribuição e funcionamento das células que fosse permitido ao novo organismo reproduzir as características dos seus ancestrais.

O termo Genética foi aplicado pela primeira vez pelo biologias inglês William Bateson (1861-1926), para definir o ramo das ciências biológicas que estuda e procura explicar os fenômenos relacionados com a hereditariedade.

As conclusões definitivas para explicar satisfatoriamente os mecanismos da herança dos caracteres só vieram à luz com os trabalhos de Johann Mendel, austríaco (1822-1884).


Figura 02 – Dregor Mendel, Considerado o Paia da Genética. Fonte: Brasil Escola.

PARA SABER MAIS:

Universidade Federal de Campina Grande. Gregor Johann Mendel. Disponível em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/GregMend.html

Universidade de São Paulo. Hereditariedade e a Natureza da Ciência. Disponível em: http://dreyfus.ib.usp.br/bio203/texto1.pdf

REFERÊNCIAS:

SOARES, José Luiz. Biologia no Terceiro Milênio 2. São Paulo: Scipione, 1999. 470p.

BURNS, George W; BOTTINO, Paul J. Genética.6° ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. 381p

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