ROBÔS COM INSTINTO ANIMAL. SERÁ?

Figura 1 – Robô Águia. Fonte: Technology Blog

Acredito que a maioria dos leitores deste texto já assistiu ou, pelo menos, ouviu falar dos filmes “Exterminador do Futuro”, “Star Wars”, “Blade Runner”, “Matrix”, “Robocop” ou “Gigantes de Aço”. Nesses filmes, os robôs que faziam parte da ficção científica ganharam “vida” e se tornaram presentes na Terra.

O fato real é que a robótica já está presente em nosso cotidiano. Desde máquinas high-tech funcionando em fábricas e indústrias, passando por robôs que desarmam bombas e minas terrestres, chegando até aos robôs minúsculos que podem entrar em nosso corpo e detectar doenças.

Figura 2 – Robô industrial. Fonte: fgv-eaesp.blogspot.com.br
Figura 3 – Robô desarmando bomba. Fonte: inovacaotecnologica.com.br
Figura 4 – Nano robô . Fonte: Nanomedicina.webnode.
Entre os vários aspectos da robótica na atualidade, quero destacar neste texto uma nova conquista em relação à inteligência artificial. 

Um dos principais elementos que permitiu ao homem realizar suas conquistas como espécie foi a capacidade de planejar e de se adaptar. E isso é um dos principais desafios ao se construir um robô. Até hoje, qualquer robô do mundo, por mais sofisticado que seja, é incapaz de prever algo inesperado que não tenha sido previamente programado em sua central de comando.

Neste contexto, o trabalho publicado por cientistas da França e dos Estados Unidos na revista Nature descrevendo o experimento de um robô de seis pernas que conseguiu se adaptar para manter sua trajetória mesmo após algumas avarias foi considerado um grande feito na Ciência.

Figura 5 – Robô com “instinto animal”. Fonte: Fonte: www.lanacion.com.ar. 

Estes cientistas inspiraram-se na excelente capacidade dos animais para adaptar-se a lesões e ferimentos e desenvolveram um algoritmo que permite aos robôs se adaptarem a falhas e problemas em poucos minutos, voltando sozinhos a executar as tarefas originais. Esse algoritmo foi nomeado de Tentativa e Erro Inteligente e, de acordo com os cientistas idealizadores, esse algoritmo permite ao robô danificado selecionar a melhor estratégia com base em experiências e simulações de um robô sem avaria.

Dessa maneira, o robô usa uma simulação computacional de si mesmo para elaborar um mapa detalhado do espaço onde deve desempenhar suas ações e esse mapa representa, então, as intuições do robô, como uma espécie de “instinto” assim como observado em animais. 

No experimento realizado, o robô antes do problema sofrido havia armazenado em seu cérebro informático milhares de possibilidades de movimentos que eram possíveis pelo seu corpo e pelo espaço no qual se movia, semelhantemente aos seres humanos e aos outros animais. Assim, quando o robô perde uma pata ou sofre um dano em uma de suas articulações (conforme o experimento executado pelos cientistas), o algoritmo revê as melhores opções disponíveis e, em poucos minutos, o robô consegue se adaptar e realizar a tarefa que estava inicialmente prevista. Veja o esquema abaixo:

Figura 6 – Infográfico sobre o experimento do robô com “instinto”. Fonte: Jornal Estadão.

Os autores ressaltam que esse projeto foi possível devido à simplicidade do robô e também do número reduzido de opções que o robô deveria avaliar. Entretanto, esta técnica ajudará a desenvolver no futuro novos robôs mais robustos, eficientes e autônomos. O tipo de inteligência utilizado nesse experimento ajudará na construção de robôs capazes, por exemplo, de sobreviver a avarias depois de catástrofes nucleares, terremotos ou incêndios florestais, assim como melhorar os algoritmos que são usados em veículos sem motoristas e em robôs que realizam tarefas domésticas. 

Finalmente, essa inovação é importante, pois representa um passo em direção a robôs capazes de atuar fora de ambientes fechados e controlados como laboratórios e fábricas, e colocá-los no mundo imprevisível da vida real.

Por: Ednilson Rotini


REFERÊNCIAS

CASTRO, Fábio de. Robôs se adaptam sozinhos a defeitos para continuar funcionando. Jornal O Estado de São Paulo, seção Ciência. Disponível em: <http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,robos-se-adaptam-sozinhos-a-defeitos-para-continuar-funcionando,1695444>. Acesso em: 05/06/2015.

DOMINGUEZ, N. Robôs com instinto animal é a nova conquista da inteligência articifial. Site Uol Notícias, seção Ciência. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2015/05/28/robo-com-instinto-animal-e-a-nova-conquista-da-inteligencia-artificial.htm>. Acesso em: 13/07/2015.

GARCIA, Marcelo. Admirável mundo das máquinas. Site Ciência Hoje. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2012/09/admiravel-mundo-das-maquinas/?searchterm=Admir%C3%A1vel%20mundo%20das%20m%C3%A1quinas>. Acesso em: 13/07/2015.

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