Por: Rafael Briones Matheus
Imagem captada pelo satélite meteorológico russo Electro-L. Fonte: http://www.dn.pt |
Conforme visto no informe anterior, a crescente evolução do conhecimento técnico-científico ligado à climatologia, juntamente com o avanço de tecnologias desenvolvidas para a coleta de dados meteorológicos, possibilitaram conhecer e entender a complexa dinâmica do clima. Agora veremos os elementos e os fatores geográficos que influenciam no clima.
Elementos Climáticos
São as características físicas que representam as propriedades da atmosfera de um dado local. São elas: Temperatura, Umidade e Pressão Atmosférica. Existe uma constante variação destes elementos, que se deve principalmente, pela alteração dos fatores geográficos do clima.
Fatores Geográficos do Clima
Latitude: É um fator definido pelo condicionamento astronômico, influenciando na quantidade de energia solar incidente na superfície terrestre. O movimento de rotação da Terra define dias e noites, porém sua duração depende da distância em relação a linha do Equador. A inclinação do eixo de rotação, juntamente com o movimento de translação distribui sazonalmente a recepção de energia na superfície.
Figura 01 - Incidência da energia solar. Fonte: http://solegelo.blogspot.com.br
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Altitude e Relevo: Segundo Francisco Mendonça, se considerarmos duas regiões com latitudes semelhantes, porém com altitudes diferentes, aquele que estiver mais alto terá sua temperatura diminuída 0,6 C°, para cada 100 mts de elevação (MENDONÇA, 2007).
Legenda: Figura 02 - Influência da altitude no clima Fonte: http://files.professoralexeinowatzki.webnode.com.br/ |
Maritimidade e Continentalidade: A maritimidade é um fator regulador da temperatura e da umidade disponível na atmosfera através dos oceanos, promovendo a distribuição de energia entre oceanos e continentes. Existe um aquecimento diferenciado entre as massas oceânicas e as superfícies dos continentes, sendo que o efeito da continentalidade se expressa na temperatura e na umidade relativa, devido ao distanciamento dos oceanos e mares. Portanto, as amplitudes térmicas são maiores nas superfícies continentais e menores nas superfícies oceânicas.
Vegetação: A superfície de áreas florestadas recebe uma incidência menor de raios solares em relação às regiões sem cobertura vegetal, devido a presença das copas, troncos e galhos das árvores. Estas áreas exercem papel fundamental na disponibilidade de umidade na atmosfera, e conforme visto, a umidade funciona como agente regulador de temperatura.
Atividades Humanas: A superfície do solo urbano, coberta com prédios, casas, asfalto, favorece o aquecimento destes ambientes. Estas intervenções acabam impermeabilizando o solo, promovendo um déficit na disponibilidade de umidade na atmosfera, já que a água das chuvas escorre para as galerias de águas pluviais, deixando de permear e irrigar o solo. Estes fatores possibilitam o aquecimento anormal destes ambientes, seja pelo aquecimento das estruturas urbanas, ou pela falta de umidade na atmosfera, acarretando o fenômeno conhecido como ilha de calor.
Já o efeito estufa "é um fenômeno natural cuja ocorrência remete a origem da atmosfera” (MENDONÇA, 2007). Nas últimas décadas este processo vem sendo intensificado pela ação humana, com a queima de combustíveis fósseis utilizados nas indústrias e nos veículos, atividades agrícolas, queimadas e desmatamento(MENDONÇA, p.185). Alguns cientistas e os meios de comunicação têm chamado este aumento da temperatura de aquecimento global. Porém há outra corrente de pesquisadores, que afirmam que este incremento na temperatura global é um processo natural.
Figura 03 - Charge sobre o aquecimento global. Fonte: http://jessica.domingues.zip.net |
Circulação Geral da Atmosfera
Células de Circulação Atmosférica:
Figura 04 - Células de circulação atmosférica. Fonte: http://fisica.ufpr.br |
Para entendermos o funcionamento da circulação dos ventos na atmosfera, é necessário o conhecimento de alguns processos físicos, em especial os movimentos convectivos do ar. De acordo com a figura 04, os centros de alta pressão (regiões polares) são dispersores de ventos para regiões de baixa pressão (regiões equatoriais). Estes movimentos do ar de regiões mais frias para as quentes são fundamentais para o transporte de umidade, e consequentemente para a distribuição de chuvas no planeta. Desta forma, o deslocamento do ar se dá em toda superfície planetária através de células convectivas, que são chamadas de Células de Hadley, Ferrel e Polar (figura 05).
Figura 05 - Perfil - Células de circulação atmosférica. Fonte:http://geoconceicao.blogspot.com.br |
Massa de Ar:
É uma grande porção de ar, de grande espessura, que apresenta uma uniformidade horizontal. Apresenta propriedades físicas quase homogêneas, principalmente em relação à temperatura e umidade. As massas de ar se formam sobre grandes porções de terra ou de água, sobre as quais a circulação do vento se faz discretamente. Nestas condições, o ar próximo à superfície se desloca de modo gradual, adquirindo características uniformes que se aproximam daquelas da superfície, enquanto que o ar superior vai se ajustando às condições de temperatura e umidade da superfície. As massas de ar são, eventualmente, carregadas na circulação geral para longe de suas regiões de origem, na direção de outras partes do mundo. Dessa forma, o ar tropical, quente e úmido, é transportado na direção norte, enquanto que ar polar, frio e seco se desloca para o sul. À medida que as massas de ar se deslocam, tendem a reter suas propriedades, principalmente em altitude. As camadas da superfície modificam-se, em função das superfícies sobre as quais se deslocam. Quando duas massas de ar, de regiões de origem diferentes, se encontram, elas tendem a preservar suas identidades físicas, em vez de se misturarem livremente. Como consequência disso, elas criam "frentes" ou "descontinuidades", ao longo da zona limítrofe. Quando uma frente cruza uma certa região, ocorre uma variação brusca nas propriedades do ar, devido à substituição de um ar pelo outro. É ao longo dessas frentes que ocorrem as principais variações do tempo. A distribuição de temperatura e umidade nas massas de ar, exerce efeito de grande importância sobre o tempo.
Classificação das Massas de Ar:
Com relação à latitude de origem as massas de ar são divididas em quatro tipos: (A) árticas, (P) polares, (T) tropicais e (E) equatoriais. As diferenças entre os ares polar e ártico, e entre os ares tropical e equatorial são pequenas e de pouca significação. Os tipos de massas de ar são subdivididos, com referência à natureza das superfícies sobre as quais elas se originam, em: continental (c) se a massa de ar forma-se sobre a terra, e marítima (m) se a massa de ar origina-se sobre o mar.Partindo-se das observações à superfície pode-se classificar as massas de ar como: quentes (w) e frias (k), significando, respectivamente, serem mais quentes ou frias que a superfície com a qual estão mantendo contato.
Legenda: Figura 06 - Massas de ar atuantes no Brasil. Fonte: http://blogjackiegeo.blogspot.com.br
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PARA SABER MAIS:
Mendonça, Francisco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. 1° Edição, São Paulo, Oficina de Textos, 2007.
A farsa do aquecimento global. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=fXLwPT3VL0I>
Climatologia. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=tCpDXAE-cMs>
Mudanças Climáticas. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ssvFqYSlMho>
Camada de Ozônio. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=Ck_mRXHdUw4&list=PLD562B50308CF0EA8>
Clima e Relevo. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=hJ54uEwJLK0&list=PLD562B50308CF0EA8&index=16>
REFERÊNCIAS:
MENDONÇA, Francisco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. 1 ed.
INSTITUTO DE ASTRONOMIA, GEOFÍSICA E CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS (IAG). Massas de ar. Disponível em: <http://www.iag.usp.br/siae98/massasar/massas.htm> Acesso em 10/07/14
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Previsão de chuvas já reflete condições de El Niño no Oceano Pacífico. Disponível em: <http://clima1.cptec.inpe.br> Acesso em: 10/07/14
COMO TUDO FUNCIONA. Classificação das massas de ar. Disponível em: <http://ciencia.hsw.uol.com.br/massas-de-ar1.htm> Acesso em: 11/07/14
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