Principais perguntas dos pequenos investigadores!

Por Evelise Gaio

Isaac Newton, quando pequeno, apresentava diversas dúvidas que diziam respeito de variados assuntos, como o porquê de que uma maçã ao cair do “pé” caia no chão (para baixo) e o porquê da Lua nunca cair na Terra. Duvidas comuns que as crianças de hoje em dia também apresentam, e que apesar de várias já terem sido saciadas, sempre os pequenos vêm com mais e mais perguntas

"Por que algo é de um jeito e não de outro? Como isso funciona? Para que serve? Essas são algumas das perguntas que as crianças fazem com alguma frequência. O estudo de científico mostra que há sempre inúmeras explicações por trás de tudo o que acontece e estimula, portanto, a reflexão e a formulação de hipóteses." (EDUCAR PARA CRESCER, 2013)

Perguntar é um hábito comum da criança, principalmente quando a mesma está nas fases dos “porquês” e para tudo querem uma explicação, e esta deve ser plausível, caso contrário, saíra mais um por que.  Do ponto de vista pedagógico, eles estão corretos: perguntar é uma das maneiras mais eficientes de conhecer o mundo. Dessa maneira, porque não utilizar-se dessas curiosidades sem limites das crianças para incentivá-las ao estudo e ao conhecimento de algumas questões científicas. É neste contexto, que entra a grande importância dos museus de ciência, da iniciação científica e das monitorias voltadas aos pequenos, a fim de saciar um mundo de duvidas e curiosidades que as mesmas apresentam.

Os museus de ciências, assim como seus monitores devem estar preparados para trabalhar com esses pequenos investigadores. A essa preparação deve-se a preocupação desde os conteúdos abordados até a linguagem utilizada com as crianças.

Deparamos então com dificuldades de grande parte dos monitores, sendo essas: Como, e qual linguagem devo utilizar numa visita com crianças? Será que elas estão compreendendo o assunto abordado? Que palavras devo, e quais não devo utilizar durante uma visita?

Questões comuns que surgem no decorrer de uma monitoria. Mas calma, a criança esta longe de ser “um bicho de sete cabeças”, não é tão complicado como se imagina. Ao trabalhar com crianças, diferentemente do que muita gente pensa, não significa substituir os termos científicos ou inundar os textos com diminutivos na esperança de que as crianças entendam melhor. É importante não simplificar conceitos nem infantilizar. Crianças compreendem o que se fala, basta utilizar palavras do dia a dia das mesmas, como exemplo: não se deve abordar um tema ou um nome técnico, caso isso ocorra, “entrará por um ouvido e sairá pelo outro”, é claro, deve-se falar o termo correto, porém se a criança assimilar com algo do seu cotidiano, perfeito! Desde que ela tenha realmente entendido o conteúdo.

Outra duvida que surge com frequência são aquelas perguntas sem fundamento ou aqueles comentários sem sentido. No caso dos museus científicos, cabe aos monitores se aproximarem ao máximo das respostas ditas corretas, desconstruindo o erro, porém não ignorando a resposta da criança ou desconsiderando sua colocação. Deve-se conduzir a mesma à resposta e ao conhecimento correto, não afirmando jamais que aquele conceito está extremamente errado.

Cabe ao monitor sempre procurar o conhecimento, para que, ao ser abordado por variadas perguntas das crianças, saiba responder de maneira adequada e criativa, partindo do principio que a mesma deve, ao final da visita, sair com suas milhares de duvidas sempre saciadas.


REFERÊNCIAS

http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/150744IniciacaoCient.pdf

http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/quero-ver-mundo-427356.shtml

http://www.escola.web10.net.br/index.php/aprendizagem/2686-11-motivos-para-estudar-ciencias
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/11-motivos-estudar-ciencias-641229.shtml



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3 Comentários

  1. Saudações Evelise

    Parabéns por sua disposição em refletir a respeito de como as crianças entendem os modelos descritos pela ciência.

    Entretanto, gostaria de tecer alguns comentários de caráter construtivo. Quando você se refere às perguntas comuns à idade cognitiva infantil, discordo parcialmente na afirmação que sempre há questionamentos ligados aos fenômenos naturais. Acredito que tais questionamentos se relacionem mais com fenômenos sociais.

    Infelizmente há, em minha opinião, um afastamento cada vez mais evidente do interesse das crianças do ponto de vista da investigação científica. O fenõmono social da revolução das telecomunicações, a questão da globalização dos meios de exploração mercadológica e o tecnicismo educacional estão extremamente evidentes no momento histórico atual. Desta forma, a atenção e curiosidade infantis para com os fenômenos naturais estão cada vez mais fora de contexto.

    Concordando com David Ausubel, é necessário considerar os conhecimentos prévios dos aprendizes sempre que se deseja um processo de aprendizagem de qualidade. Mas concordandom também, com Marcos Antônio Moreira em seu trabalho "Aprendizagem Significativa Crítica", a escola se apresenta cada vez mais como um mecanismo de incentivo à cultura da NÃO PERGUNTA.

    Desta forma, fico extremamente preocupado com a sua afirmação de que as crianças fazem tais perguntas de forma natural, e mais ainda, de que o museu de ciências seria um agente de respostas.

    Na defesa do Museu de Ciências como instrumento de Educação e Alfabetização Ciêntífica, pergunto:

    Não seria o espaço museal organizado um veículo de investigação?

    Na hipótese de uma resposta acertiva, não seria esse mesmo espaço uma fonte de perguntas?

    Eu tenho ontras questões a refletir, prinipalmente sob o ponto de vista do que você afirma ser "a fase dos porquês" para as criânças. Peço que tenhamos uma oportunidade de conversar e que, após essa reflexão, possamos escrever juntos comentários nesse blog para que os leitores tomem ciência.

    Um abraço

    Marcos Rocha

    (Professor da rede estadual do Paraná)

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  2. Olá Evelise e Marcos. Peço licença para dar os meus pitacos sobre as considerações de ambos.

    Marcos, concordo plenamente contigo sobre a função sócio-educacioanal de museus de ciência. Acredito que o papel dos mediadores deva estar necessariamente associado à prática de aguçar e instigar o interesse do público, neste caso, estudantes das séries iniciais, a temas e assuntos pertinentes a um processo de alfabetização científica e não a uma atividade que meramente envolva respostas prontas para saciar todas as dúvidas deste público. O educador que atua em museus de C&T pode, de forma equilibrada, contextualizar o conhecimento científico nas práticas cotidianas e que para tal, seu maior desafio será o da transposição didática do espaço museal (mediação), que bem executada, possibilitará um elo seguro entre o conhecimento científico e o conhecimento escolar. Creio, a partir disso, que as ações educacionais promovidas por essas instituições possam colaborar para a construção de um processo de alfabetização científica ampliada, onde C&T sejam vistas como processos historicamente construídos em meio a diferentes conjunturas em suas variadas perspectivas (política, social, cultural, econômica e educacional), interligadas, é claro, por relações de poder. Recordo-me de nossas conversas e discussões sobre isso...oh tempo bacana!

    Concordo plenamente com você Evelise sobre o fascínio que os fenômenos de ordem natural causam nas crianças. Como professor de Geografia atuando em sala e na divulgação científica em museu de ciência, elenco assuntos como vulcanismo, tsunamis, fenômenos atmosféricos, características dos planetas, meteoros, fósseis e por aí vai...

    Sobre isso Marcos, considero temerária a sua afirmação sobre a perda do interesse por parte das crianças sobre os fenômenos da natureza como resultado de uma aproximação destas pelos fenômenos sociais. Qual o conceito de fenômeno social adotado? A que tipo de fenômeno social você se refere? Qual seria a ordem (natureza) desses fenômenos? Confesso que fiquei confuso, já que este termo pode estar relacionado a várias dimensões do ser enquanto sujeito cultural. Como o conceito é muito amplo vou me ater ao viés tecnológico da revolução tecnico-científica que você mencionou ok?

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  3. Continuando ...

    Não tenho dúvida que o processo de mercantilização desencadeado e acelerado pela 3ª Revolução Industrial venha contribuindo de forma incisiva para a formação de um novo ser social inserido em uma nova realidade técnica, científica e informacional e que isto afeta diretamente o comportamento e o tipo de sociabilidade das crianças, resultando em maior demanda sobre os fenômenos tecnológicos do mundo globalizado, haja vista, o grande apelo que aparelhos celulares, tablet e coisas do gênero promovem no cotidiano de uma parcela significativa da população, em especial, a dos grandes centros urbanos. No entanto, acredito que o aumento de interesse por fenômenos sociais pelas crianças do Ensino Fundamental I, no contexto da (re)configuração tecnológica atual, não exclui ou diminui necessariamente, o fascínio que os fenômenos naturais causam neste público, até porque, a novidade tecnológica de hoje, é o onsoleto do amanhã.

    Com relação a cultura da pergunta e não pergunta levantada por vcs, considero que infelizmente ainda nos deparamos com o ranço da ideologia (neo)positivista e do método tecnicista que coloca a educação, sobretudo, a mercê do mercado de trabalho. Tomando o devido cuidado em não generalizar os profissionais e as metodologias utilizadas, acredito que este quadro ainda tecnicista pode estar atrelado a fatores como a institucionalização de interesses neoliberais nas decisões políticas e a formação deficitária de uma parcela dos educadores (qualidade de alguns cursos de licenciatura), associado corriqueiramente a desvalorização dos profissionais da educação como um todo. Destaco a importância do movimento da Pedagogia Crítica para a construção efetiva de um processo de educação libertária no sentido mais amplo dessa expressão.
    Enfim, fico contente por este canal propiciar a troca, o compartilhamento e a discussão de ideias na tentativa de promover o dinamismo científico e utilitário das práticas educativas.

    Abços
    Rafael Silva Tangerina Professor de Geografia

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