MITOLOGIA GREGA - ARACNE
Na Grécia contava-se a lenda de Aracne, a artesã que gabava-se ser melhor que as deusas olímpicas tecelãs. Atena, deusa da guerra estratégica, decidiu alertá-la em vão. Ocorreu um embate e Aracne, tecendo cenas dos erros dos deuses, foi castigada por Atena, que transformou-a em um ser que passaria o resto de seus dias tecendo.
A tecelã Aracne recebe o castigo da deusa grega Atena. |
Hoje, entretanto, o nome Aracne faz referência à Classe dos aracnídeos – e nem todas as espécies desta Classe fazem teia. As aranhas, em específico, são pertencentes à Ordem Araneae.
AS ARANHAS
A Ordem Araneae possui atualmente mais de 42000 espécies descritas. Contudo, estimativas indicam que esta diversidade é ainda maior, variando de 80 a 170 mil espécies.
O maior número de fósseis da Classe pertencem a Era Cenozóica (930), enquanto foram encontrados 18 fósseis que datam da Era Paleozóica e 31 da Era Mesozóica.
Principais diferenças da Ordem em relação às demais da Classe Arachnida:
- Fiandeiras;
- Glândulas de veneno conectadas às quelíceras;
- Pedipalpos dos machos modificados em órgãos copuladores;
- Corpo dividido em prosoma e opistosoma – separados pelo pedicelo.
As aranhas são animais sem esqueleto interno. A sustentação e a proteção de seu corpo são feitas por uma carapaça externa composta por uma substância chamada quitina. Essa proteção é extremamente importante para evitar a perda de água, o que permite que as aranhas e outros animais do grupo dos artrópodos (escorpiões, insetos, crustáceos) consigam sobreviver em ambientes muito variados. Gonzaga et. al. (2007) citam duas funções comunicativas do exoesqueleto: contém órgãos receptores e transmite as vibrações das imediações.
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Aranha Golias. |
São carnívoras, sendo que algumas espécies de aranhas são especializadas na construção de armadilhas (teias), outras caçam ativamente (aranhas errantes). Alimentam-se basicamente de insetos contudo, espécies maiores podem consumir inclusive vertebrados; outras podem se alimentar de néctar e/ou pólen em situações de escassez de presas.
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Exemplo de teia. |
Algumas espécies possuem a capacidade de atravessar áreas ao flutuar no ar com auxílio de sua seda – dispersão chamada de balonismo. Para caçar, aranhas Deinopoidea, por exemplo, fazem uma “rede” de teia, a qual é segura nas patas dianteiras a fim de capturar a presa mais facilmente.
Gonzaga et al. (2007) citam as seguintes etapas para captura de presas por aranhas: Localização da presa; deslocamento rápido até a presa; imobilização, transporte e ingestão da presa.
O número de olhos e percepção do meio variam conforme a espécie (aranhas geralmente possuem 6 ou 8 ocelos). Entretanto, aranhas Salticidae possuem acuidade visual superior aos olhos compostos dos insetos (GONZAGA et. al., 2007).
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Aranha Salticidae. |
As aranhas podem ser alvo de fungos patógenos, ácaros, himenópteros, etc. Dentre seus predadores, pode-se citar: formigas, aves, lagartos, sagüis, musaranhos, morcegos, anfíbios, répteis e peixes, além de outras espécies de aranhas.
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Espécie de Sagui predadora de aranhas. |
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Espécie de musaranho. |
Em um agroecossistema, para fins de controle biológico natural de pragas, podem ser realizados estudos e manejo de certas espécies de aranhas como predadoras.
Em ambientes urbanos, devem-se ter certos cuidados a fim de evitar picadas das espécies que ofereçam risco (aranha marrom, viúva-negra e armadeira), tais como: manter o quintal limpo, sem entulho; vedar frestas da casa; manter forros limpos; verificar a presença destes animais antes de vestir roupas e calçar sapatos.
Sugestão de Site:
www.aranhamarrom.net – de autoria do Prof. Dr. Eduardo Novaes Ramires.
REFERÊNCIAS:
GONZAGA, M. O. ; SANTOS, A. J.; JAPYASSÚ, H. F. Ecologia e Comportamento de Aranhas. RJ: Interciência, 2007.
SATURNINO, R.; TOURINHO, A. L. Apostila curso de treinamento em “Aracnologia: Sistemática, Coleta, Fixação e Gerenciamento de Dados”. Sinop: MCT, 2011.
Instituto Butantan
Instituto Vital Brazil
Fiocruz
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