Por: Rafael Briones Matheus
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Figura 01: Imagem do fenômeno El Niño. Fonte: INPE |
O termo El Niño é advindo da língua espanhola e refere-se ao aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacifico. Esta denominação foi dada por pescadores peruanos e equatorianos, pelo fato de tal evento ocorrer próximo ao período natalino sendo, portanto, uma referência ao menino Jesus. Trata-se de um fenômeno oceano atmosférico que afeta o clima regional e global e influencia circulação atmosférica, alterando os regimes de chuvas em regiões tropicais, podendo acarretar uma série de problemas ambientais.
É comum no início do ano, entre os meios de comunicação, a divulgação da seguinte pergunta, este ano ocorrerá El niño ou La niña?. Devemos lembrar que La Niña também é conhecido como Anti-El Niño, e seu mecanismo se dá basicamente pelo processo inverso, com o resfriamento atípico das águas do Pacifico. Este fenômeno também desempenha considerável impacto nas atividades humanas (MENDONÇA, 2007).
COMO FUNCIONA O FENÔMENO EL NIÑO?
Em anos normais, sem a presença do El Niño e La Niña, as águas do Oceano Pacífico na região equatorial oeste são mais aquecidas em relação a costa oeste da América do Sul, onde as águas do Pacífico são mais frias.
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Figura 02 - Animação das condições normais. Fonte: INPE |
O fluxo das águas quentes só recebe o nome de El Niño quando a variação térmica atinge de 1°C até 6°C, acima da média térmica que é de 23°C.
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Figura 03 - Animação do El Niño. Fonte: INPE
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O aquecimento das águas oceânicas podem ocasionar consequências no tempo e no clima em todo planeta. Entretanto, há mudanças também na atmosfera próxima a superfície oceânica, enfraquecendo os regimes dos ventos alísios. O aquecimento anormal do oceano pacífico somado ao enfraquecimento dos ventos possibilitam a mudança da circulação atmosférica, influenciando no transporte de umidade e na distribuição de chuvas em regiões tropicais e extratropical. Na interação entre águas oceânicas e atmosfera há uma troca de energia e umidade que determinam o comportamento do clima, e as mudanças neste processo podem afetar o clima regional e global.
EFEITOS DO EL NIÑO NO BRASIL
- Região Norte: Secas no norte e leste da Amazônia, o que provoca o aumento da ocorrência de incêndios florestais.
- Região Nordeste: Secas de diversas intensidades na região norte do nordeste.
- Região Sudeste: Aumento das temperaturas médias, principalmente no inverno e no verão.
- Região Centro-Oeste: Chuvas acima da média climatológica e temperaturas mais altas no sul do Mato Grosso do Sul.
- Região Sul: Precipitações acima da média, principalmente no equinócio de primavera. Há o aumento da temperatura média, e as frentes frias que atingem esta região tendem ficar estacionadas por vários dias, provocando chuvas constantes.
PARA SABER MAIS:
Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE):
• http://www6.cptec.inpe.br/enos/index_.shtml#
• http://videoseducacionais.cptec.inpe.br/swf/elnino_lanina/5/
REFERÊNCIAS:
Mendonça, Francisco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. 1° Edição, São Paulo, Oficina de Textos, 2007.
CPTEC. El Niño e La Niña. Disponível em: <http://www6.cptec.inpe.br/enos/index_.shtml#>. Acesso em: Fev. 2014.
CPTEC. El Niño e La Niña. Disponível em:<http://enos.cptec.inpe.br/>. Acesso em: Fev. 2014.
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