LOGÍSTICA REVERSA - UM BOM INVESTIMENTO?

Por: Anelissa Carinne Dos Santos Silva


Figura 01 – Sustentabilidade
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br
Estamos rodeados de inúmeras opções de bens de consumo. A competitividade é alta entre os diversos segmentos empresariais. Além disso, os consumidores mostram-se cada vez mais interessados em produtos “sustentáveis”.
Embora a legislação brasileira ainda tenha muito que evoluir no sentido de apoiar esta forma de serviço, as empresas tem, cada vez mais, optado pela Logística Reversa (LR) para atrair/fidelizar clientes. 



De acordo com Hernández et al. (2012), as empresas que optam por receber de volta seus produtos usados, para reciclagem, tem certas vantagens competitivas: podem economizar de 40% a 60% ao fazer remanufatura de suas mercadorias, evitam desperdício de matéria-prima, melhoram sua imagem diante dos clientes e diminuem o consumo de energia elétrica no processo de fabricação de seus itens. Há também ganhos sociais, como geração de empregos. Entretanto ainda há dificuldades de mensurar os ganhos reais durante a execução de um projeto como esse, além de que haveria a necessidade de o cliente entender a importância da coleta seletiva como benefício social e ambiental.
Um exemplo de Logística Reversa onde a propaganda também se faria necessária nos é dado por Chaves & Batalha (2006), citando a união de uma empresa de reciclagem de alumínio à uma rede de hipermercados a fim de melhorar a imagem corporativa da rede de varejo. Em análise da amostra obtida em abordagem pessoal a clientes destes locais, estes autores concluem:

“A pesquisa constatou que a logística reversa não é um fator de influência na decisão sobre o local de compra. […] A existência de um sistema logístico reverso não é um elemento qualificador e, sim, uma atividade ganhadora de pedido, pois ele oferece um serviço específico que, muitas vezes é determinante na escolha do fornecedor. No entanto, para a campanha de incentivo à reciclagem de embalagens ser mais eficiente e abrangente é necessário que a rede de hipermercados e a empresa recicladora despendam um maior esforço na divulgação dos Centros de Coleta e na motivação dos seus clientes para a campanha. ”


MEIO AMBIENTE
De acordo com o Ministério das Cidades, somente 9% dos resíduos gerados pelos brasileiros é reciclado. Aproximadamente 35% do volume não reciclado poderia ser destinado à reciclagem e outros 35% poderiam ser transformados em adubo orgânico (GONÇALVES-DIAS, 2006). 
Ao invés disso, o impacto gerado pela produção das embalagens é duplo: ao mesmo tempo que os recursos são extraídos cada vez mais intensamente, aumenta o desperdício da matéria-prima, exigindo maiores investimentos para compensar os problemas causados pelo descarte incorreto destas mesmas embalagens.


PARA SABER MAIS:

Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em: http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/1024358/politica-nacional-de-residuos-solidos-lei-12305-10

REFERÊNCIAS

CHAVES, G. L. D.; BATALHA, M. O. Os consumidores valorizam a coleta de embalagens recicláveis? Um estudo de caso da logística reversa em uma rede de hipermercados. Acesso em: 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2006000300006&lang=pt
GONÇALVES-DIAS, S. L. F. Há vida após a morte: um (re)pensar estratégico para o fim da vida das embalagens. Acesso em: 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2006000300009&lng=pt&nrm=iso
HERNÁNDEZ, C. T; MARINS, F. A. S.; CASTRO, R. C. Modelo de Gerenciamento da Logística Reversa. Acesso em: 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2012000300001&lang=pt

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